
Pesquisa da CNDL/SPC Brasil revela como os consumidores pretendem fazer suas compras e o que esperam da experiência de compra.
O Dia dos Namorados se aproxima e, com ele, uma movimentação significativa no comércio brasileiro. Uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo SPC Brasil, em parceria com a Offerwise Pesquisas, mostra que 57% dos consumidores pretendem comprar os presentes em lojas físicas, enquanto 36% optam pelo ambiente online.
Apesar do crescimento das vendas digitais nos últimos anos, o levantamento revela que o ponto físico ainda tem forte apelo, especialmente em datas comemorativas.
Entre os locais preferidos, destacam-se os shopping centers (21%), shoppings populares (16%), lojas de departamento (7%) e lojas de rua (6%). Já no ambiente virtual, a preferência recai sobre aplicativos (73%), sites de varejistas nacionais (57%), internacionais (56%), e até redes sociais, como o Instagram (22%).
Segundo Cláudio Alves, diretor de enterprise da Linx, o desejo de ter contato direto com o produto é decisivo para essa escolha.
“Mesmo com a crescente expansão do e-commerce, as lojas físicas seguem exercendo um papel fundamental na experiência do consumidor, principalmente em datas comemorativas como o Dia dos Namorados. Ao buscar um item para presentear a pessoa amada, os clientes preferem tocar o produto, ver os detalhes de perto, tirar dúvidas, além da conveniência de sair com o presente em mãos. Isso é especialmente relevante levando em conta que mais de 12 milhões de consumidores deixam a compra para a última hora”, destaca o especialista.
O que influencia a escolha do canal de compra?
A decisão entre comprar no mundo físico ou digital é guiada por diferentes fatores. Entre os que priorizam as lojas físicas, a busca por agilidade, contato direto com os produtos e a possibilidade de levar o presente para casa na hora pesam bastante.
Já no digital, os consumidores são atraídos por preços mais baixos (75%), variedade de produtos (55%), economia de tempo (39%) e qualidade percebida dos produtos (38%).
“Há um aumento de demanda nas lojas em datas como o Dia dos Namorados porque muitos consumidores querem ver os produtos de perto antes de comprar, ou preferem retirar na loja após uma compra online. Isso exige dos lojistas uma gestão de estoque bem integrada, comunicação unificada e um atendimento de excelência tanto no físico quanto no digital”, afirma Alves.
O executivo da Linx ressalta ainda que “para equilibrar esses dois mundos, as marcas podem investir em tecnologias como sistemas de gestão integrados, totens de autoatendimento e uma equipe bem treinada para lidar com o aumento do fluxo de clientes”.
Jornada de compra híbrida
A pesquisa da CNDL mostra que 76% dos entrevistados pretendem fazer pesquisa de preços antes de finalizar a compra, principalmente pela internet — mesmo entre aqueles que compram em lojas físicas. Esse comportamento reforça a tendência omnichannel, em que o consumidor transita entre os ambientes físico e digital de maneira fluida.
“O consumidor está cada vez mais omnichannel. Ele pesquisa online, compara preços, lê avaliações e, muitas vezes, decide finalizar a compra na loja física para ter uma experiência mais sensorial. O contrário também ocorre: o cliente vê o produto na loja e depois compra online aproveitando promoções ou cashback”, explica Cláudio Alves.
Essa flexibilidade de comportamento mostra que a jornada de compra não é mais linear.
“A migração entre canais costuma ser motivada por urgência, conveniência e confiança. Por isso, os varejistas que oferecem uma experiência omnichannel conseguem atender melhor a essas diferentes motivações”, complementa.
Lojistas devem apostar na integração de canais
Com a previsão de movimentar mais de R$ 22 bilhões no comércio e atingir 93 milhões de consumidores, o Dia dos Namorados representa uma oportunidade estratégica para lojistas que desejam ampliar vendas e fidelizar clientes. Investir em experiência de compra, atendimento qualificado e ações promocionais bem direcionadas pode ser o diferencial entre conquistar ou perder o cliente.
“A tecnologia é uma grande aliada do varejo. Softwares de gestão que conectam os estoques físico e digital, ferramentas de clique e retire, entregas rápidas e troca facilitada são algumas das soluções que ajudam a tornar a experiência mais fluida. Além disso, o uso de dados permite entender melhor o comportamento do consumidor e oferecer promoções mais assertivas e personalizadas”, destaca Cláudio Alves.
Outro ponto de atenção é o uso das redes sociais e marketplaces. De acordo com a pesquisa, o uso dessas plataformas cresceu significativamente. “Para as pequenas e médias empresas, o segredo está em criar conteúdo relevante nas redes, manter descrições claras, fotos de qualidade e atendimento ágil nos marketplaces. Isso gera confiança e aumenta a chance de conversão”, afirma Alves.