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Segunda-feira, 09 de Junho de 2025, 10:43

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80% dos executivos de alimentos e bebidas miram aumento de 20% nos investimentos em tecnologia nos próximos anos

Por: CNDL Brasil / Varejo S.A

Estudo mostrou apetite das empresas em acelerar investimentos em transformação digital e adotar novas tecnologias.

A Infor, empresa de software de gestão empresarial na nuvem, específico por indústrias, divulga resultados de sua pesquisa global “How Possible Happens”, que explora como organizações altamente produtivas criam valor através de investimentos em tecnologia e inovação.

A pesquisa entrevistou 3.600 executivos de 15 países e 7 diferentes indústrias, incluindo o setor de alimentos e bebidas (A&B), e trouxe dados que chamam a atenção para este mercado: 73,2% das organizações brasileiras do segmento esperam obter um aumento de produtividade de mais de 20% nos próximos três a cinco anos. Esse índice supera a média global para a indústria, que é de 72,6%.

O setor de alimentos e bebidas enfrenta pressões significativas, como a escassez de mão de obra qualificada — um problema apontado por 89% dos empresários, segundo a Abrasel — e o impacto do fim do bônus demográfico, que torna a contratação mais difícil e cara. Ao mesmo tempo, empresas lidam com inflação elevada (7,60% em 2024, com picos superiores a 10% em capitais como São Paulo) e a necessidade urgente de adotar tecnologias para manter a produtividade e a competitividade no cenário internacional.

Além dos desafios econômicos, fatores climáticos agravam o cenário: as enchentes no Sul impactaram cultivos como a batata inglesa, que teve alta de 20,61%, enquanto o calor intenso prejudicou a produção de café, com inflação acumulada de quase 33%. Como um dos maiores exportadores mundiais, o Brasil vê sua competitividade ameaçada por esses eventos e pela falta de adequação de muitas indústrias às normas ESG globais. Assim, a tecnologia se consolida como aliada estratégica, provendo ganhos de eficiência, rastreabilidade e predição diante de eventos externos.

A tecnologia como aliada da produtividade

Diante desse cenário, a pesquisa da Infor identificou que 80,5% das empresas de Alimentos e Bebidas planejam aumentar o investimento em tecnologia em 20% ou mais nos próximos anos, também ultrapassando consideravelmente a média global de 76,6%.

Foi mensurado ainda pela pesquisa o quanto os empresários entendem a adoção e o uso de tecnologias avançadas como fator chave para o sucesso no futuro.

No Brasil, 75,6% das organizações brasileiras do segmento A&B concordam que o sucesso dependerá do uso e da adoção de novas tecnologias, percentual que supera a média de países com o ecossistema de inovação maduro, como o dos EUA –?74,5%.

Os dados demonstram que os empresários do setor estão atentos à aplicação de novas ferramentas em seus processos, principalmente tecnologias emergentes como IA, machine learning e automação – visando, justamente, aumentar a produtividade.

“O segmento de alimentos e bebidas tem se destacado como um ecossistema importante para o avanço da digitalização na economia brasileira e esse movimento ganha força diante da necessidade de superação de desafios importantes do setor, como a escassez de mão de obra e a busca por mais eficiência na cadeia produtiva”, comenta James Barroso, Diretor de Estratégia e Inteligência Artificial da Infor.

Assim, a importância de investir em tecnologia se torna ainda mais evidente quando consideramos seu papel na criação de processos eficientes, na melhoria da produtividade e no fortalecimento da competitividade em mercados globais.

Atividades de geração de valor, alta performance e preparação para o futuro

Com o objetivo de se tornar uma bússola para os empresários, o estudo buscou identificar as quatro atividades de geração de valor que levam as empresas de alta performance a se manterem superprodutivas em um contexto de pressões e desafios econômicos. São elas: Processos e Sistemas, Agilidade e Preparação para o Futuro, Cultura de Dados e Foco no Cliente.

E, dentre as atividades que mantém uma empresa ágil e preparada para reagir às incertezas do mercado no futuro, as organizações de alta performance demonstram grande preocupação em aproveitar tecnologias para inovar mais rápido, automatizar a tomada de decisões em processos críticos para o negócio e, no caso dos empresários brasileiros, e usar tecnologias avançadas para prever eventos e tomar ações preventivas teve especial menção.

Além disso, as empresas demonstraram apetite para investir em uma cultura orientada por dados, que permanece aberta aos avanços tecnológicos.

Os empresários afirmam que seus colaboradores estão equipados para tomar decisões guiadas por dados e estão usando os dados para prever demandas futuras do negócio.

Cultura de dados e centralidade no cliente nas operações de alta performance

Há muito tempo se fala sobre a importância de manter o foco no cliente. E o estudo da Infor identificou as atividades específicas que fazem com que as empresas mantenham um alto nível de produtividade, à medida que respondem às exigências cada vez mais altas dos consumidores.

Nos resultados da pesquisa, é possível ver que estas organizações incorporam o feedback do cliente aos seus processos de inovação e, no Brasil existe um foco especial em estruturar times de inovação dedicados.

?Sobre esse ponto, é importante destacar que, especificamente em relação ao setor de Alimentos e Bebidas, há necessidades de avanços importantes, uma vez que apenas 18% das empresas do segmento utilizam feedbacks e insights de clientes para o processo de inovação de produtos; na América Latina, esse número é de 32,4%.

Além disso, menos de 2% das empresas fazem uso de dados para prever necessidades estratégicas para o futuro da organização, enquanto a média global é de 26,7%.

“Esse avanço na visão dos empresários é fundamental. Com a integração de automação, agilidade e dados, as empresas passam a contar com uma base sólida para se adaptarem a um cenário de negócios em constante mudança. Sem investimentos consistentes e uma cultura orientada por dados, será difícil alcançar o potencial da inovação”, conclui Barroso.

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