Segundo o Banco Central o Índice de Atividade Econômica do Banco Central fechou o ano de 2017 com crescimento de 1,04%. O indicador do BACEN é uma prévia do Produto Interno Bruto que será divulgado em 1º de Março. É a primeira vez que o indicador apresenta uma variação positiva desde 2013. Esse parece ser o primeiro sinal de luz em um túnel de recessão que durou 4 anos.
Até 2013 uma das locomotivas que mais impulsionou o crescimento da economia foi a construção civil. Para combater a crise financeira internacional em 2008, o governou lançou mão de uma série de medidas para aquecer setores chaves da economia. A construção civil foi um dos setores mais beneficiados. Linhas de créditos subsidiadas, programas de casas populares, grandes eventos e uma série de programas de expansão de infraestrutura impulsionaram esse setor. O setor de construção civil respondeu rápido aos incentivos, gerou uma grande quantidade de empregos e impulsionou diversos segmentos complementares. O impacto foi sentido até na educação, os cursos de engenharia cresceram de forma exponencial na preferência dos vestibulandos.
Entretanto o motor da locomotiva começou a apresentar sinais de fadiga já no final de 2012. Excesso de unidades habitacionais, ressaca dos grandes eventos e principalmente o fim do crédito subsidiado mergulharam o setor em um processo de encolhimento e estagnação. O desemprego gerado no setor e a quantidade de cancelamentos contratuais representam bem essa fase.
No entanto o setor começa a apresentar sinais de recuperação. A primeira mudança importante foi a politica de redução de juros conduzida pelo Banco Central. A taxa básica de juros da economia foi reduzida no mês de fevereiro para 6,75% a.a, que é a taxa mais baixa dos últimos 30 anos. Isso significa financiamentos de longo prazo mais acessíveis e mais baratos. O setor de construção civil é extremamente sensível a disponibilidade de crédito. Outra mudança importante foi o controle da inflação e a volta do crescimento do PIB, tais itens significam aumento na renda das famílias. Somando-se a isso: em 2017 as regras dos financiamentos de imóveis ficaram mais flexíveis e essa tendência deve se acentuar.
As facilidades para o financiamento imobiliário irão aumentar devido as novas condições de mercado e a concorrência entre as empresas. Para as famílias que pretendem adquirir a tão sonhada casada própria esse ano será uma oportunidade impar. Uma recomendação importante nesse momento é se atentar para os novos desejos e necessidades das famílias. As famílias estão mais ponderadas na hora de assumir um dívida de longo prazo e mais exigente com os padrões do que é ofertado.
O ano de 2018 promete ser um ano de boas oportunidades para os empresários e toda cadeia do segmento de construção civil. Entender o processo de transição demográfica, as novas necessidades das famílias e inovar nos projetos serão os diferencias nesse novo ciclo de expansão do setor.
O fim do túnel está chegando.
Feliciano Dr. Feliciano L. Azuaga
Diretor NIT UNEMAT