As lojas de bairro têm um papel importante na geração de empregos locais e no fortalecimento da economia das comunidades.
O cenário do varejo brasileiro está passando por uma transformação significativa, com as lojas de bairro ganhando cada vez mais destaque. Este fenômeno, conhecido como “varejo de proximidade”, tem revolucionado a forma como os consumidores fazem suas compras e como as empresas planejam suas estratégias de expansão.
O varejo de proximidade refere-se a estabelecimentos comerciais localizados em áreas residenciais, oferecendo conveniência e praticidade aos moradores do entorno. Essas lojas geralmente são menores em tamanho, mas oferecem uma variedade de produtos essenciais do dia a dia.
Para se ter ideia, com base nos números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), entre dezembro de 2020 e abril de 2024, o varejo nacional teve aumento de 12,1% no estoque de postos de trabalho, conforme apontado pelo levantamento. No mesmo período, o mercado de trabalho do varejo de proximidade teve um salto de 43,7%, segundo o Caged.
Este crescimento pode ser atribuído a diversos fatores:
- Mudança nos hábitos de consumo: com a pandemia de COVID-19, os consumidores passaram a valorizar mais as compras perto de casa.
- Busca por conveniência: as pessoas estão cada vez mais ocupadas e procuram opções rápidas e práticas para suas compras diárias.
- Personalização do atendimento: lojas de bairro tendem a oferecer um atendimento mais personalizado e familiar.
- Redução de custos operacionais: para os varejistas, as lojas menores apresentam custos operacionais mais baixos em comparação com grandes supermercados.
O impacto no mercado varejista brasileiro
O crescimento do varejo de proximidade tem gerado um impacto significativo no mercado varejista brasileiro:
1. Mudança nas estratégias das grandes redes: redes de supermercados, como Carrefour e Grupo Pão de Açúcar, têm investido em formatos menores e mais próximos dos consumidores. O Carrefour, por exemplo, adquiriu a rede Grupo Big em 2021, reforçando sua presença no segmento de proximidade.
2. Surgimento de novos players: o mercado tem visto o surgimento de startups focadas em lojas de conveniência, como a Oxxo, que planeja abrir 500 lojas no Brasil até 2023.
3. Impacto na economia local: as lojas de bairro têm um papel importante na geração de empregos locais e no fortalecimento da economia das comunidades.
Segundo o relatório “Consumer Insights”, divulgado em 2022 pela consultoria Kantar, o chamado “pequeno varejo” atraiu 7,6 milhões de novos compradores entre 2019 e 2022 e representou 23,6% dos gastos totais das famílias brasileiras. Além disso, o levantamento da Allis Field Marketing realizado em 2021 detectou uma alta de 20% na procura das pessoas por mercados localizados perto de suas residências.
O futuro do varejo de proximidade
As perspectivas para o varejo de proximidade são promissoras. Especialistas preveem que o setor continuará a crescer nos próximos anos, impulsionado por:
- Tecnologia: a implementação de soluções tecnológicas, como pagamentos sem contato e aplicativos de fidelidade, deve melhorar a experiência do cliente.
- Sustentabilidade: lojas de bairro têm potencial para reduzir a pegada de carbono ao diminuir a necessidade de deslocamentos longos.
- Omnicanalidade: a integração entre canais físicos e digitais deve se tornar mais comum, oferecendo mais opções aos consumidores.
O varejo de proximidade representa uma mudança significativa no cenário varejista brasileiro. As lojas de bairro não só oferecem conveniência aos consumidores, mas também apresentam oportunidades de crescimento para empresas de todos os tamanhos.
À medida que essa tendência continua a se desenvolver, é essencial que os varejistas estejam atentos às necessidades em constante mudança dos consumidores e adaptem suas estratégias para atender a essa nova realidade do mercado.
O futuro do varejo brasileiro parece estar cada vez mais próximo – literalmente ao virar da esquina.