A Caixa Econômica Federal iniciou nesta quinta-feira (6) a liberação de até R$ 3.000 do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para aproximadamente 12,2 milhões de trabalhadores que retornaram ao saque-aniversário, mas não conseguiram retirar todo o saldo ao serem demitidos.

Dentre esses beneficiários, cerca de 10 milhões recebem o crédito automaticamente na conta bancária previamente cadastrada no aplicativo do FGTS. Caso essa conta esteja com saldo negativo, o valor depositado será utilizado para amortizar dívidas, como o cheque especial. Para quem não possui conta informada, o saque estará disponível nos canais da Caixa, como loterias e terminais de autoatendimento, conforme o mês de aniversário.

Alívio ou armadilha?

Sabe-se que os especialistas, de um modo geral, recomendam cautela no uso do FGTS para quitar dívidas. Embora possa ser um rompimento imediato, esta decisão pode reduzir a reserva financeira disponível para emergências ou períodos de desemprego.

Merula Borges, especialista em finanças da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), ressalta que é importante avaliar todas os cenários. “A possibilidade de quitar dívidas com o FGTS tende a ser vantajosa já que os custos das dívidas superam com boa margem os rendimentos do FGTS. A precaução é realmente priorizar as dívidas em detrimento de novos gastos”, alerta.

A especialista da CNDL ainda lembra sobre a importância que o uso consciente dos recursos do FGTS tem para manter a saúde financeira e garantir uma reserva para situações imprevistas. “O cheque especial é uma das linhas de crédito com os juros mais altos do mercado, e usar o FGTS para quitá-lo pode, de fato, reduzir os custos financeiros. No entanto, caso o trabalhador volte a recorrer a essa modalidade de crédito sem planejamento, poderá enfrentar novos problemas financeiros em pouco tempo”, completa.

A liberação do saque já está em vigor, e os trabalhadores podem consultar seus valores disponíveis pelo aplicativo do FGTS ou nos canais oficiais da Caixa.