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Quinta-feira, 07 de Agosto de 2025, 14:44

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Lições para o Brasil? Varejo da zona do euro cresce além do esperado e reforça papel do consumo interno

Por: CNDL Brasil / Varejo S.A

O cenário europeu reforça a importância do consumo interno como motor de crescimento, algo que também é central para o varejo brasileiro.

O setor do varejo da zona do euro surpreendeu positivamente em junho, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (6) pela Eurostat, agência oficial de estatísticas da União Europeia.

O avanço, puxado principalmente pelo aumento das vendas de produtos não alimentícios e combustíveis, sinaliza que o consumo interno segue sendo um dos pilares da economia do bloco, mesmo em um contexto internacional de incertezas.

As vendas no varejo dos 20 países que adotam o euro cresceram 3,1% em relação a junho de 2024, desempenho acima das expectativas de analistas consultados pela Reuters, que previam alta de 2,6%.

O dado mensal, por sua vez, apontou um crescimento de 0,3%, ligeiramente abaixo da previsão de 0,4%. Ainda assim, revisões para cima nos números de abril e maio indicam uma trajetória mais consistente do que o estimado anteriormente.

O bom desempenho ganha relevância diante das tensões globais, como os efeitos prolongados de guerras comerciais e instabilidades geopolíticas, que costumam afetar a confiança do consumidor e os investimentos.

Mesmo assim, a economia do bloco tem mostrado resiliência, sustentada em grande parte pelo dinamismo do mercado consumidor doméstico.

Segundo a Eurostat, o crescimento anual foi impulsionado por um salto de 4,3% nas vendas de itens não alimentícios e uma alta de 4,0% nas vendas de combustíveis para automóveis, dois setores que indicam retomada da mobilidade, do consumo discricionário e da confiança das famílias.

O que o Brasil pode observar?

O cenário europeu reforça a importância do consumo interno como motor de crescimento, algo que também é central para o varejo brasileiro. Com as incertezas do comércio internacional e o câmbio ainda volátil, a aposta em estratégias que ampliem o poder de compra, promovam acesso ao crédito e fortaleçam o consumo local pode ser decisiva para manter o ritmo do setor.

Além disso, o aumento expressivo nas vendas de produtos não alimentícios, como vestuário, eletrônicos, móveis e artigos de uso pessoal, reforça uma tendência de diversificação de gastos por parte dos consumidores.

Esse comportamento pode servir de alerta para os varejistas brasileiros que desejam se antecipar às mudanças nas preferências de consumo, sobretudo com o fim do segundo semestre se aproximando e datas importantes, como Black Friday e Natal, no radar.

Em um cenário global cada vez mais conectado, acompanhar o desempenho de outras economias pode ajudar o varejo nacional a entender movimentos de mercado, ajustar estratégias e identificar oportunidades, inclusive de diferenciação competitiva e inovação.

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