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Terça-feira, 08 de Abril de 2025, 11:17

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Cheque especial: oportunidade ou risco para os consumidores?

Por: CNDL Brasil / Varejo S.A

17% dos consumidores utilizaram o cheque especial nos últimos 12 meses.

O cheque especial é uma linha de crédito amplamente utilizada no Brasil, mas também é uma das mais caras do mercado. De acordo com pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo SPC Brasil, 17% dos consumidores utilizaram o cheque especial nos últimos 12 meses. O levantamento aponta que, entre esses usuários, 31% recorreram ao crédito especial todos os meses, o que pode indicar uma dependência preocupante dessa modalidade.

Segundo Merula Borges, especialista em finanças da CNDL, os juros do cheque especial remuneram não apenas o valor do dinheiro no tempo, mas também o alto risco de inadimplência.

“O banco oferece esse crédito de forma automática, sem análise detalhada e sem exigir garantias. Isso aumenta o risco de inadimplência e, consequentemente, os juros são muito elevados”, explica.

Em muitos casos, quanto mais fácil o acesso ao crédito, maior tende a ser a taxa de juros embutida, tornando o cheque especial uma opção pouco vantajosa para o consumidor.

Em quais situações o uso do cheque especial pode ser justificado?

Ainda segundo a pesquisa da CNDL, 30% dos consumidores que utilizaram o cheque especial o fizeram para pagar contas vencidas, enquanto 27% recorreram a ele por imprevistos com saúde.

De acordo com Merula Borges, esse tipo de linha de crédito deve ser usado apenas em emergências e por um período curto.

“Pode ser uma alternativa para cobrir um pagamento urgente e evitar multas ainda maiores, ou mesmo em situações imprevisíveis, como uma despesa médica inesperada. Mas é preciso ter cautela, pois os juros são muito altos”, ressalta.

Com taxas que podem ultrapassar 130% ao ano, o cheque especial acaba dificultando o pagamento das dívidas. “Com juros tão elevados, os consumidores que já possuem contas parceladas baseadas na Selic podem ver sua dívida crescer rapidamente, comprometendo o orçamento familiar e dificultando a quitação do valor principal”, alerta a especialista em finanças.

O problema se agrava quando o consumidor paga apenas os juros mensais e não consegue liquidar a dívida original, entrando no chamado “efeito bola de neve”, o que aumenta a inadimplência e a dificuldade de recuperação financeira.

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