O assunto está ganhando destaque não só na internet, mas em sindicatos, ambientes de trabalho e associações. O tema tem dividido opiniões. A PEC (proposta de emenda à Constituição) 6X1 propõe o fim da escala de 6 dias de trabalho por 1 dia de folga, a chamada escala 6x1. E estabelece a jornada de trabalho de, no máximo, 36 horas semanais e 4 dias de trabalho por semana no Brasil.
A cidade de Sinop que é umas das que enfrenta dificuldade para preencher as vagas de trabalho. Contratar é um grande desafio dos empresários, são muitas vagas e pouca procura. A PEC 6X1, preocupa ainda mais a classe empresarial.
“Isso não é bom para o comércio, precisa ser bem estudado ainda, pois se tiver a redução de horas, é necessário contratar outra pessoa para colocar no lugar. Isso funciona em países de primeiro mundo, na nossa região não. Nós não estamos preparados para essa mudança. E assim como a CNDL, Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas, somos totalmente contra.” Disse o presidente da CDL Sinop, Edmundo Costa Marques Neto.
O economista do CISE, Centro de Informações Socioeconômicas, Lindomar Pegorini, explicou que a mudança pode gerar “no primeiro impacto uma elevação dos custos de operação das empresas; que será repassado para os produtos, o que gera um aumento dos preços e da inflação. Por outro lado, temos experiências em nível internacional com a redução da jornada, impactando positivamente na produtividade, o trabalhador tem mais folga e tem se afastado menos do trabalho, a pessoa também tem mais tempo para consumir. A redução da jornada tem impactos positivos e negativos. Mas o que observamos das experiencias internacionais, economicamente o impacto é nulo. Portanto algumas empresas irão sofrer mais do que as outras. Essa é uma discussão que irá nos rodear ao longo dos próximos anos com certeza”, disse o economista.
Sobre a proposta de redução da jornada de trabalho a CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) enviou a seguinte nota:
A Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) manifesta sua posição contraria à Proposta de Emenda à Constituição (PEC), de autoria da deputada federal Erika Hilton (PSOL/SP), que propõe o fim da carga horária 6x1 no Brasil e sugere uma jornada 4x3, com quatro dias de trabalho e três de folga. Para a CNDL, principal representante do setor de comércio e serviços do país, a proposta coloca em risco a manutenção de milhares de micro e pequenas empresas do país, uma vez que a redução da jornada de trabalho sem a redução dos salários impacta diretamente nos custos operacionais dos negócios.
A CNDL destaca que atua pela valorização dos trabalhadores do país e pelo bem-estar das famílias brasileiras, sobretudo no que diz respeito à geração de emprego e renda. Para a CNDL, a PEC trará grandes prejuízos para a estabilidade das empresas, e trará impactos negativos no horário de funcionamento dos estabelecimentos comerciais, que já encontram dificuldades para encontrar mão de obra para ocupar as vagas em horários alternativos. Além disso, os trabalhadores sofrerão com o aumento da informalidade, com a redução de salário e do custo de vida.
A CNDL alerta que tal alteração significa uma mudança de paradigma estrutural no país, uma vez que a redução da carga de trabalho é promovida com base em modelos europeus e norte-americanos, que não refletem a realidade brasileira, onde o custo do emprego e os encargos trabalhistas são altos. A CNDL reforça o seu compromisso com o setor produtivo e com a geração de empregos no país e conclama o Congresso Nacional para que se promova um amplo debate em busca de alternativas que priorizem o desenvolvimento econômico, o ambiente de negócios e da renda da população brasileira.