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Segunda-feira, 21 de Outubro de 2024, 10:03

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86% dos consumidores que atrasaram contas em agosto são reincidentes, aponta CNDL/SPC Brasil

Por: Assessoria CNDL

Para boa parte dos consumidores, se manter fora da inadimplência é um desafio. Após o pagamento de uma dívida, oito em cada dez consumidores retornam para os cadastros de negativação menos de um ano após o pagamento da conta negociada. Os dados são da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). De acordo com o indicador, em agosto de 2024, do total de negativações, 86,31% foram de devedores reincidentes, isto é, que já tinham aparecido no cadastro de inadimplentes nos últimos 12 meses.

Considerando o universo de devedores reincidentes, 63,58% foram de consumidores que ainda não tinham pagado dívidas antigas até agosto; e 22,73% tinham saído do cadastro de devedores nos últimos 12 meses, mas retornaram. O restante, 13,69%, não esteve com restrições no CPF ao longo dos últimos 12 meses e, por isso, não foram considerados reincidentes.

“A alta reincidência sugere falhas estruturais no planejamento financeiro, o que pode ser agravado por fatores como desemprego, baixa renda ou falta de educação financeira, mesmo que tenhamos tido números melhores com renda e desemprego nas últimas medições. Embora tenha havido uma queda de 16,38% no número de reincidentes no último ano, o problema persiste de forma significativa, impactando tanto os consumidores quanto o mercado de crédito”, destaca o presidente da CNDL, José César da Costa.

REINCIDÊNCIA ACONTECE, EM MÉDIA, APÓS 2,4 MESES DO PRIMEIRO ATRASO

O indicador ainda revela que o tempo médio entre o vencimento de uma dívida para outra é de 73,4 dias, ou seja: depois de 2,4 meses (em média) de ficar inadimplente, o consumidor volta a atrasar o pagamento de uma segunda conta.

Os dados do indicador mostram que, nos últimos 12 meses encerrados em agosto de 2024, houve uma queda de ?16,38% no número de devedores reincidentes, aqueles que já tinham aparecido no cadastro de inadimplentes no período analisado. A comparação é com os 12 meses anteriores.

“O desafio está em quebrar esse ciclo de inadimplência, e isto demanda maior investimento em educação financeira, renegociações mais eficazes das dívidas e políticas públicas que facilitem o acesso ao crédito consciente, garantindo maior estabilidade financeira para os consumidores.”, avalia o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior.

A abertura por faixa etária dos devedores reincidentes mostra que o número de reincidentes com participação mais expressiva no Brasil em agosto foi da faixa de 30 a 39 anos (26,80%). A participação dos devedores reincidentes por sexo segue bem distribuída, sendo 53,99% mulheres e 45,01% homens.

O Indicador de Recuperação de Crédito de Pessoas Físicas do SPC Brasil mostra a evolução do número de consumidores que deixaram os cadastros de inadimplentes por terem realizado o pagamento das suas dívidas em atraso. São utilizadas as informações de saídas de CPFs das bases às quais o SPC Brasil tem acesso. Em conjunto com os dados de reincidência, esses dados permitem melhor monitoramento da inadimplência no país, que atinge cerca de 41,06% da população adulta.

Os dados do indicador de recuperação de crédito mostram que, nos 12 meses encerrados em agosto de 2024, houve queda de ?1,68% no número de consumidores que conseguiram sair das listas de negativados. A comparação é com os 12 meses anteriores.

A queda do indicador acumulado em 12 meses se concentrou na diminuição da recuperação de consumidores que levaram de 3 a 4 anos (?19,24%) para efetuarem o pagamento de todas suas dívidas.

Observando a abertura por faixa etária dos consumidores que quitaram suas dívidas, o número de consumidores recuperados com participação mais expressiva no Brasil em agosto foi da faixa de 50 a 64 anos (23,97%).

A participação dos consumidores recuperados por sexo segue bem distribuída, sendo 51,99% mulheres e 48,01% homens.

Em agosto de 2024, cada consumidor recuperado pagou, em média, R$ 2.194,85 na soma de todas as dívidas que tinha. Os dados ainda mostram que 56,14% pagaram até R$ 500 nas dívidas que possuíam.

 

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