Segunda-feira, 09 de Setembro de 2019, 07h56
Essa semana inicia o saque do FGTS: Um novo estímulo para economia


Desde 2014 o Brasil vem passando por um pífio desempenho econômico. Os resultados diretos destes anos desastrosos são o baixo crescimento do PIB e o aumento do desemprego. Atualmente a expectativa de crescimento da economia para 2019 é de menos de 1%, segundo o boletim Focus do banco central do Brasil. Já o desemprego atinge 11,8% da população economicamente ativa, que representa aproximadamente 12,6 milhões de pessoas segundo o IBGE.

Buscando reverter essa trajetória o governo federal lançou uma série de medidas visando a recuperação da economia brasileira. Pode-se dividir essas medidas em dois blocos: um bloco de reformas estruturais e um bloco de ações de recuperação do poder de compra. As reformas estruturais buscam aumentar a produtividade da economia brasileira através de mudanças profundas na estrutura da máquina pública e de modernização da economia. As reformas previdenciárias, tributária e a administrativa se enquadram nesse primeiro grupo. Esse conjunto de reformas tem o seu impacto sentido num horizonte temporal mais longo.

Um segundo grupo de mudanças são mais pontuais, menos complexas e tem o seu impacto sentido mais rapidamente. O cadastro positivo e a MP da liberdade econômica são dois bons exemplos dessas iniciativas de modernizar e simplificar as relações econômicas no Brasil. O cadastro positivo melhora o acesso a crédito no Brasil. Já a MP da liberdade econômica eliminou procedimentos burocráticos que dificultavam a abertura de novos empreendimentos.

Esse mês o governo coloca em pratica uma nova medida com objetivo de recuperar o consumo. Será disponibilizado para os trabalhadores a opção de um saque imediato de até R$500,00 de cada conta do FGTS. Essa iniciativa injetará aproximadamente 42 bilhões de reais na economia. Serão 30 bilhões em 2019 e aproximadamente 12 bilhões em 2020. Esse montante terá impacto direto no comércio varejista e na quitação de pequenas dívidas.

A medida visa estimular o consumo no curto prazo e trazer um alento aos empresários que ainda não sentiram os efeitos de uma recuperação econômica. O governo dessa forma busca acelerar a recuperação da economia e geração das novas de empregos. Também ficou evidente que o alvo do governo é aliviar o setor de serviços e comercio, que é responsável pela maior parte dos empregos formais e informais. Os 30 bilhões de reais injetados apenas em 2019 vão garantir muitas vagas de emprego até o Natal.

As medidas anticíclicas de estímulo ao consumo são sempre utilizadas em situações de crise, mas possuem efeitos de curto-prazo. Elas servem de alento ao empresário enquanto as medidas estruturantes se arrastam no congresso nacional. Entretanto temos que lembrar, que como todo remédio o efeito passa. Agora é torcer para que os parlamentares façam o seu dever de casa e que os estímulos do governo iniciem um novo ciclo de crescimento. Os trabalhadores, os empresários e o Brasil agradecem.

Feliciano

 


Dr. Feliciano L. Azuaga
Professor universitário e economista. Doutor em economia pelo PIMES-UFPE e mestre em economia industrial e inovação pela UFSC. Executor de programas de fomento a cultura empreendedora e inovação tecnológica. Pesquisador no departamento de Economia e coordenador do “Think Tank” CISE-UNEMAT. Experiência em consultorias para órgãos governamentais realizando avaliação de programas, planos diretores e diagnósticos econômicos. Atua como palestrante sobre conjuntura econômica e uso de tecnologia na educação. Entusiasta pelo uso de novas tecnologias na educação.


Fonte: Câmara de Dirigentes Lojistas de SINOP
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