Sábado, 10 de Agosto de 2019, 08h04 Em cada dez consumidores inadimplentes, quatro devem até R$ 500 CNDL
53% dos brasileiros com contas atrasadas têm dívidas que não superam R$ 1 mil. Para SPC Brasil, recursos do FGTS devem ter como destino a quitação de dívidas. Volume de inadimplentes cresce 1,73% em julho
Atrasos com contas de água e luz cresce 16%, a maior entre os setores As dívidas relativamente baixas podem ter relação com o tipo de conta que o brasileiro tem deixado atrasar. De acordo com o indicador, considerando somente as contas de serviços básicos como água e luz, houve um crescimento de 16,03% no volume de atrasos em julho na comparação com o mesmo mês do ano passado. Em segundo lugar aparecem as dívidas bancárias, como cartão de crédito, cheque especial, empréstimos e financiamentos, que avançaram 2,25% na mesma base de comparação. Já as contas de serviços de comunicação, como telefone, internet e TV por assinatura, caíram -19,51%, enquanto os atrasos no crediário ou boleto, geralmente contraídos no comércio, recuaram -4,25%. No total, considerando todos os tipos de dívidas, houve uma pequena retração de -0,91% em julho deste ano, a sétima queda seguida na série histórica. Embora os atrasos com serviços básicos para o funcionamento da casa tenham crescido mais no mês de julho, a maior parte (53%) das dívidas em aberto no Brasil tem alguma instituição financeira como credor. Já o comércio responde por uma fatia de 17% do total de dívidas, enquanto o setor de comunicação por 11% e as contas de água e luz completam o ranking com 10%. Para o educador financeiro do SPC Brasil, José Vignoli, para evitar que uma pequena dívida se transforme em uma ‘bola de neve’ impagável, o consumidor deve priorizar o pagamento de dívidas com juros mais elevados, que geralmente, são as dívidas bancárias. “A substituição da dívida por uma outra que cobra juros mais baixos é uma opção a ser levada em conta, como é o caso do consignado, que tem juros mais baratos que o do cartão de crédito, por exemplo. Já as dívidas com serviços básicos, como água e luz, embora cobrem juros menores, trazem transtornos na família por causa do corte no fornecimento. Para algumas pessoas, a inadimplência chega a um ponto tão dramático, que acabam recorrendo a uma espécie de ‘rodízio’, ou seja, escolhem a cada mês qual conta será paga em detrimento de outra”, afirma Vignoli. Volume de brasileiros com CPF negativado cresce 1,73%, mas desacelera na comparação com ano passado. Região Norte lidera alta De modo geral, o volume de consumidores com contas em atraso e registrados em lista de inadimplentes continua crescendo: avanço de 1,73% na comparação com o mesmo mês do ano passado. Ainda assim, houve uma desaceleração, pois em julho de 2018, a alta havia sido de 4,31%. O dado observado em julho é o segundo menor desde 2011, início da série histórica. Em julho, o crescimento mais expressivo na quantidade de inadimplentes foi observado na Região Norte, que teve alta de 4,19% na comparação com o mesmo mês de 2018. No Sudeste, o volume de inadimplentes avançou 3,66%, ao passo que no Sul, 1,83%. No Centro-Oeste e Nordeste, houve pequenos recuos de -0,90 e -0,87%, respectivamente. Na avaliação de Pellizzaro Junior, embora o país tenha saído da recessão técnica, a conjuntura econômica ainda é desfavorável, pois a economia tem enfrentado dificuldades para esboçar uma reação mais forte para sair da crise. “A confiança dos consumidores tem sido impactada pelas constantes revisões de crescimento econômico pelo mercado de trabalho que avança a passos lentos. Além do cenário macroeconômico adverso, o descuido dos consumidores com as finanças leva à situação de descontrole e ao consequente atraso das contas”, explica Pellizzaro Junior. O indicador também revela que é entre 30 e 39 anos que se observa a maior incidência de brasileiros negativados: aproximadamente um quarto (25%) dos brasileiros nessa situação está compreendido nessa faixa etária. Outra constatação é que os atrasos vêm crescendo de forma mais intensa entre a população idosa. Considerando somente as pessoas de 65 a 84 anos, houve um crescimento de 7,44% no volume de inadimplentes, a maior entre todas as faixas etárias analisadas. Completam o ranking de crescimento as pessoas de 50 a 64 anos, cuja alta foi de 3,96% no período e os que têm de 40 a 49 anos, que cresceram 2,84%. Já entre os mais jovens, o movimento é inverso: queda de -22,14% na quantidade de inadimplentes entre 18 e 24 anos e -9,28%, considerando os que tem de 25 a 29 anos. Na faixa etária de 30 a 39 anos, houve uma pequena retração de -0,99%, de acordo com o indicador. “A entrada tardia dos jovens no mercado de trabalho e o desemprego elevado nessa faixa etária tem limitado a capacidade de endividamento dessa população, refletindo em uma inadimplência menor do que em outros públicos. Já o crescimento expressivo de idosos inadimplentes se explica, em parte, pela permanência maior dessas pessoas no mercado de trabalho e pelas dificuldades financeiras impostas por esse estágio da vida, como despesas com saúde e responsabilidade com o sustento do lar”, analisa o educador José Vignoli. O indicador de inadimplência do consumidor sumariza todas as informações disponíveis nas bases de dados às quais o SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e a CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) têm acesso. As informações disponíveis referem-se a capitais e interior das 27 unidades da federação.
CNDL – Criada em 1960, a CNDL é formada por Federações de Câmaras de Dirigentes Lojistas nos estados (FCDLs), Câmaras de Dirigentes Lojistas nos municípios (CDLs), SPC Brasil e CDL Jovem, entidades que, em conjunto, compõem o Sistema CNDL. É a principal rede representativa do varejo no país e tem como missão a defesa e o fortalecimento da livre iniciativa. Atua institucionalmente em nome de 500 mil empresas, que juntas representam mais de 5% do PIB brasileiro, geram 4,6 milhões de empregos e movimentam R$ 340 bilhões por ano. |
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Fonte: Câmara de Dirigentes Lojistas de SINOP Visite o website: https://cdlsinop.com.br |